terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Livro - Mulheres que amam demais

Quando amar significa sofrer, estamos amando demais. Quando grande parte de nossa conversa com amigas íntimas é sobre ele, os problemas, os pensamentos, os sentimentos dele - e aproximadamente todas as nossas frases se iniciam com "ele....", estamos amando demais.
 
Quando desculpamos sua melancolia, o mau humor, indiferença ou desprezo como problemas devido a uma infância infeliz, e quando tentamos nos tornar sua terapeuta, estamos amando demais.
 
Quando lemos um livro de autoajuda e sublinhamos todas as passagens que pensamos que irão ajudá-lo, estamos amando demais.
 
Quando não gostamos de muitas de suas características, valores e comportamentos básicos, mas toleramos pacientemente, achando que, se ao menos formos atraentes e amáveis o bastante, ele irá se modificar por nós, estamos amando demais.
 
Quando o relacionamento coloca em risco nosso bem-estar emocional, e talvez até nossa saúde e segurança física, estamos definitivamente amando demais.
 
Apesar de toda dor e insatisfação, amar demais é uma experiência tão comum para muitas mulheres, que quase acreditamos que é assim que os relacionamentos íntimos devem ser. A maioria de nós amou demais ao menos uma vez, e, para muitas, está sendo um tema repetido na vida.
 
Neste livro, analisaremos a fundo as razões por que tantas mulheres, procurando alguém para amá-las, parecem encontrar inevitavelmente parceiros doentios e não afetuosos. Devemos ver o motivo, já que o relacionamento não satisfaz nossas necessidades, mas temos tanta dificuldade em acabar com ele. Veremos que amar se torna amar demais quando nosso parceiro é inadequado, desatencioso ou inacessível e, mesmo assim, não conseguimos abandoná-lo - de fato, nós o queremos, precisamos dele ainda mais. Passaremos a compreender como o fato de querermos amar, de ansiarmos por amor ou de amar em si torna-se um vício.

O trecho acima foi retirado, na íntegra, do livro Mulheres que Amam Demais de Robin Norwoood.
 
Como cada pessoa experimenta e encara o amor é uma experiência subjetiva, pois aprendemos a amar com base em vários fatores.
 
Freud dizia que a menina aprende a amar com a mãe e o menino com o pai. Muitos pais dizem que amam seus filhos, mas estão ausentes; na verdade, para eles, é assim que sabem amar. Dizem, por exemplo, que precisam trabalhar e, por isso, não estão presentes. Outros dizem que se são duros em suas correções, se batem nos filhos é porque os amam e eles precisam aprender. Outros abandonam e dizem que o fizeram por amor. Enfim, o amor é aprendido através das nossas experiências mais remotas.

Muitas mulheres aceitam a grosseria, a ausência, a violência de seus parceiros, porque foram criados desta forma; aprenderam esta forma de vínculo, esta foram de "amor".
 
Muitos acharão difícil definir o amor, já que toda realidade é subjetiva, ou seja, a pessoa percebe o que é real para ela; ela sente e se vincula da forma que aprendeu e este é um processo individual. O amor é vivido por cada um de acordo com a aprendizagem que tivemos dele.
 
Penso que quando tivemos relacionamentos não saudáveis na infância é importante que olhemos para isto e busquemos resignificar o que aprendemos sobre o amor.
 
Ouvi da minha terapeuta certa vez que é importante estarmos ao lado de pessoas que nos façam bem.

Paulo Coelho disse que: Amor é alegria. Não tente se convencer que sofrimento faz parte.
 
Li de um autor desconhecido que: Uma vida com amor terá alguns espinhos, mas uma vida sem amor não terá rosas.
 
Claro que não é fácil amar, conviver, relacionar-se com o outro. A dinâmica de um casal é algo extremamente complexo e difícil. Nos modificamos a cada dia e o outro faz parte deste processo de individuação. Mas é importante estarmos em um relacionamento que nos faça bem, com alguém que sejamos felizes.
 
No livro Uma Clínica Específica com Casais, a autora Isabel Cristina Gomes diz : "O conflito entre um casal é algo saudável, mas seu potencial para crescimento depende da capacidade desse casal de regular os conflitos relativos a seus mundos internos: o individual e o compartilhado. E que a tensão que nasce do conflito proporciona igual oportunidade para potenciais criativos e destrutivos".
 
Um relacionamento entre um casal é um oportunidade de crescimento ou de destruição. Por isso, é importante que nos amemos enquanto mulheres, que nos respeitemos, que busquemos ter consciência das nossas sombras e dos nossos potenciais, para que usemos isso a nosso favor e aprendamos uma forma de amar saudável, que nos traga alegria!
 
Termino com uma frase do Osho: "Nunca espere que o outro deva mudar. Em todo relacionamento comece a mudança do seu lado".

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Filme: A fonte das mulheres

Um filme para ser visto e apreciado com os olhos da alma. A história retrata mais do que a luta das mulheres por dignidade e respeito. Esta é a história da alma da mulher selvagem, da mulher astuta, que segue seus instintos e sua intuição.
 
No livro Mulheres que correm com os lobos a autora diz que uma mulher saudável assemelha-se muito a um lobo: robusta, plena, com grande força vital, que dá a vida, que tem consciência do seu território, engenhosa, leal.
 
Este filme fala desta mulher que existe em toda mulher e que por algum motivo foi distanciada de sua natureza selvagem, mas que ao se reconectar ela se enche de vida e de alegria.
 
O filme começa mostrando a rotina de mulheres de uma aldeia que precisam ir buscar água em um local longe e levar para aldeia. Um trabalho feito pelas mulheres há muitos anos. Era uma tradição. As mulheres iam mesmo grávidas e muitas sofriam abortos devido ao peso e a quedas.
 
Leila, uma das mulheres da aldeia resolve expressar sua indignação, reprimida há tanto tempo, quando vê uma de suas companheiras abortando enquanto carregava água.
 
Ela resolve viver sua natureza selvagem; seguir sua natureza instintiva.
 
Apenas uma senhora do grupo apoia Leila e diz às outras mulheres: "Seus corações são águas estagnadas. Acordem seus corações. Mostrem seus sentimentos e sua coragem, ou sua vida vai afundar como pé na lama".
 
As outras mulheres estavam desconectadas de sua natureza selvagem. Mas Leila estava disposta a ajudá-las a trazer à tona sua força feminina e alcançar o seu direito de viver com dignidade e respeito.
 
Ela propõe que as mulheres da aldeia façam greve de amor para convencer os homens a mudar a tradição e a irem pegar água na fonte. Esta atitude gera grande revolução na aldeia; as mulheres sofrem represália dos homens que dizem que elas estão desafiando sua autoridade.
 
O marido de Leila, Sami, é professor e ensinou a esposa a ler e escrever e no meio do caos os outros homens dizem a ele que ele deveria controlar a esposa ao invés de ensiná-la a ler e escrever, mas Sami é um homem amoroso que ama a esposa e a trata com amor e respeito.
 
Ele dá para Leila um livro chamado As mil e uma noites que fala de amor, sensualidade, posse, sexo e morte.
 
Leila lê o livro para as outras mulheres e diz: "Este livro é nossa identidade, ele fala de sensualidade, do conceito de prazer".
 
O que ela fazia era lutar para despertar as outras mulheres de seu sono profundo e ajudá-las a se reconectarem com sua natureza selvagem.
 
Próximo ao final do filme as mulheres planejam ir a uma festa na cidade para divulgar para outras mulheres a "Greve de Amor". Os homens descobrem seu plano e contratam capangas para prendê-las, mas as mulheres unidas, mais fortalecidas e conscientes, conseguem ir à festa.
 
Um jornalista, que estava na festa e conhecia esta luta, escreve um artigo causando um movimento que levou com que a prefeitura levasse água encanada para aldeia. Em seu artigo ele escreve:
 
"Nunca devemos nos dar por vencidos. O infinitamente pequeno pode se revelar mais majestoso do que tudo que parece grande. A água, o frescor, a vida e até o amor podem brotar a qualquer momento"
 
Este filme me fez chorar por 2 motivos. O primeiro foi ver e sentir a tristeza da alma feminina reprimida e pensar que isto não é apenas o filme, é a história de muitas mulheres. O segundo foi ver a beleza do feminino consciente, que luta por respeito, pelo seu espaço, que se une, que cuida umas das outras, que cantam, que se apoiam.
 
Muitas vezes recuamos por medo, mas no momento que nos encontramos com nossa natureza selvagem, enfrentamos o que antes temíamos.
 
O vídeo abaixo também mostra isto:
 
 
 
  
Clarissa Pinkola Estés, em seu livro Mulheres que correm com os lobos, define a mulher selvagem como a força da vida-morte-vida; a incubadora. A intuição, a vidência, a que escuta com atenção e tem o coração leal. Ela estimula os humanos a continuarem a ser multilíngues: fluentes no linguajar dos sonhos, da paixão, da poesia. Ela sussura em sonhos noturnos; ela deixa em seu rastro no terreno da alma um pêlo grosseiro e pegadas lamacentas. Esses sinais enchem as mulheres de vontade de encontrá-la, libertá-la e amá-la.
 
 
 
  
E para quem tiver interesse em assitir ao filme: