quarta-feira, 14 de agosto de 2013

A demarcação do território


 
"A maior parte do tempo, os lobos evitam os confrontos, mas quando precisam fazer valer seu território, quando alguma coisa ou alguém os persegue constantemente, ou os acua, eles têm seu próprio jeito vigoroso de explodir. Isso acontece raramente, mas a capacidade de expressar essa raiva faz parte do seu repertório, e deveria fazer parte do nosso também.
 
Na sua psique instintiva, a mulher tem o poder, quando provocada, de se enfurecer com consciência - e isso é algo realmente poderoso. A raiva é um dos meios inatos que ela dispõe para começar a criar e manter os equilíbrios que lhe são caros, tudo que ela realmente ama. É seu direito e, em certas hora e sob certas circunstâncias, é seu dever moral.
 
Para as mulheres, isso significa que existe uma hora para mostrar os dentes, para mostrar a poderosa capacidade de defender seu território, para dizer 'até aqui e nem mais um passo, não passe a responsabilidade adiante, não se intrometa, tenho uma coisa a dizer, tudo isso decididamente vai mudar' ".
 
Texto retirado, na íntegra, do livro "Mulheres que correm com os lobos", capítulo 12 - A demarcação do território: Os limites da raiva e do perdão.
 
Muitas mulheres crescem aprendendo que mostrar raiva é ruim, é feio, não é coisa de "menina educada". Outras ouvem que Deus não gosta disso. Muitas foram tão oprimidas que não puderam aprender a mostrar sua raiva. A verdade é que muitas não têm ou tiveram um ambiente favorável e acolhedor para aprender a mostrar a raiva de forma assertiva.
 
Alexander Lowen, em seu livro "Alegria - a entrega ao corpo e à vida", escreveu um capítulo chamado Raiva: A emoção que cura. É um capítulo muito interessante, pois, o autor diz que a raiva é uma emoção importante na vida de todas as criaturas, pois ela serve para manter e proteger a integridade física e psicológica do organismo. Ele explica que sem a raiva ficamos impotentes contra os ataques a que a vida nos sujeita.
 
Clarrisa Pinkola Estés no livro "Mulheres que correm com os lobos"  diz que nossa raiva pode, por algum tempo, ser nossa mestra, algo com que aprender, algo a ser tratado internamente e depois transformado em algo útil. Contudo, a autora alerta que a raiva não transformada pode se tornar uma mantra constante acerca de como fomos oprimidas, feridas e torturadas. E ou quando isso acontecer precisamos aprender como perdoar para podermos transformar a antiga raiva aprisionada em algo bom para nós.
 
Portanto, é importante termos em mente que queremos usar a raiva  como uma força criadora. Queremos usá-la para mudar, desenvolver e proteger.
 
Vale a pena ler o capítulo 12 completo deste livro, pois Clarissa aborda, de forma preciosa, como aprender a usar a raiva de forma criativa; como tratar a raiva antiga e muito mais.
 
A leitura desse livro é de uma riqueza profunda para qualquer mulher que queira se reconectar com seu Self selvagem e aprender a amar e respeitar seu ser mulher em sua totalidade!
 

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